Catecismo Anticomunista
Por Dom Geraldo de Proença Sigaud
Nesta época de demagogia um dos melhores meios de
combater o socialismo e o comunismo consiste em dar ao povo instrução
doutrinaria clara, substanciosa e atraente, a qual nem por isso deixe de ser
coerente e profunda. A boa literatura de divulgação doutrinaria, tão difícil em
si mesma, e cuja elaboração exige por isso tantas qualidades de inteligência,
de penetração psicológica e de estilo, tem um especimen notável no Catecismo
Anticomunista, de autoria do Exmo. Revmo. Sr. D. Geraldo de Proença Sigaud, S.
V. D., Arcebispo Metropolitano de Diamantina.
O egrégio Prelado deu a "Catolicismo" a honra de publicar em primeira mão o profícuo documento. Estamos certos de que por ele se interessarão vivamente os nossos leitores, não só porque constitui obra-prima no gênero, como ainda porque o saberão utilizar para um apostolado popular eficiente e digno.
O egrégio Prelado deu a "Catolicismo" a honra de publicar em primeira mão o profícuo documento. Estamos certos de que por ele se interessarão vivamente os nossos leitores, não só porque constitui obra-prima no gênero, como ainda porque o saberão utilizar para um apostolado popular eficiente e digno.
I. O que é
o comunismo e o que ele ensina
1. Que é o comunismo? Qual é o
objetivo dele?
• O comunismo é uma seita internacional,
que segue a doutrina de Karl Marx, e trabalha para destruir a sociedade humana
baseada na lei de Deus e no Evangelho, bem como para instaurar o reino de
Satanás neste mundo, implantando um Estado ímpio e revolucionário, e
organizando a vida dos homens de sorte que se esqueçam de Deus e da eternidade.
2. Qual é doutrina que a seita
comunista ensina?
• A seita
comunista ensina a doutrina do mais completo materialismo.
3. Que ensina o materialismo
comunista a respeito de Deus?
• O
materialismo comunista ensina que Deus não existe, e que só existe a matéria.
4. Contenta-se a seita comunista em
ensinar que não há Deus e que só existe a matéria?
• A seita comunista dá grande
importância a um materialismo prático, em que o homem nem cogita se Deus existe
ou não, mas procede, pensa, organiza sua vida sem se incomodar com Deus nem se
lembrar dEle. Assim, aos poucos chega também ao materialismo teórico.
O comunista verdadeiro é
materialista teórico e prático, para poder levar seus prosélitos pelo caminho
aludido.
5. Que pensa a seita comunista a
respeito da alma?
• Para a seita comunista o homem é
só matéria, e a alma não existe.
6. Que pensa a seita comunista a
respeito da eternidade?
• Para a seita comunista o homem
desaparece totalmente após a morte. Não há Céu nem inferno, não há felicidade
nem castigo depois desta vida.
7. Que pensa a seita comunista a
respeito da natureza humana?
• Para a seita comunista o homem é
um simples animal; embora mais evoluído do que o boi e o macaco, não passa de
animal.
8. Qual é a primeira conseqüência
prática desta doutrina?
• A primeira consequência prática
deste materialismo é que o homem deve procurar sua felicidade somente nesta
terra, e no gozo dos prazeres que a vida terrena oferece.
9. O homem, segundo o comunismo,
depende de Deus e da sua lei?
• Não. Uma vez que só há matéria, o
homem não depende de Deus, que não existe: ele é supremo senhor de si mesmo.
II.
Atitudes do comunismo perante a Religião
10. A seita comunista dá
importância à Religião?
• Embora negue a existência de
Deus, e afirme que a Religião é coisa quimérica, o comunismo dá grande
importância ao fato de que existe Religião no mundo, porque vê nela o seu maior
inimigo. Lenine a chama de «ópio do povo».
11. Por que a Religião é inimiga do
comunismo?
• A verdadeira Religião, que é a
Religião Católica, é inimiga mortal do comunismo, porque ensina exatamente o
contrário do que ele ensina, e inspira os fiéis a preferirem a morte às
doutrinas e ao regime comunista.
12. Que faz o comunismo com a
Religião?
• Com a Religião Católica a luta do
comunismo é de morte: só poderia cessar se chegasse a destruir em todo o mundo
a Igreja verdadeira (o que é impossível). Quanto às outras religiões, a seita
usa de duas táticas: quando sente que uma delas é um empecilho para a sua
vitoria, ataca-a; mas se vem a perceber que se pode servir de alguma religião
para se propagar, ou mesmo para matá-la, então a tolera e até favorece na
aparência, para a destruir mais radicalmente.
13. Para conquistar o poder, que
faz a seita comunista com referência à Igreja Católica?
• Para conquistar o poder, a seita
comunista procede da seguinte maneira com relação à Igreja Católica:
a) Procura persuadir os católicos
de que não há oposição entre os objetivos da seita e a doutrina da Igreja.
Procura até apresentar as ideias comunistas como a realização da doutrina do
Evangelho.
b) Procura criar uma corrente
intitulada de «católicos progressistas», «católicos socialistas» ou «católicos
comunistas», para desorientar e desunir os católicos.
c) Procura atirar as organizações
católicas contra os outros adversários naturais do comunismo, como os
proprietários, os militares, as autoridades constituídas, para dividir e
destruir os que se opõem a conquista do poder pelo Partido Comunista.
d) Favorece as modas e costumes
imorais para minar a família e portanto a civilização cristã, da qual a família
é viga mestra.
e) Mantém nas nações cristãs a
sociedade em constante agitação, fomentando antagonismo entre as classes, as
regiões do mesmo país, etc.
14. Depois de conquistado o poder,
que faz a seita comunista com a Igreja Católica?
• Sua tática com a Igreja Católica,
depois de conquistado o poder, varia de acordo com as circunstancias. Mas, os
passos da luta em geral são os seguintes:
a) envolver os católicos nos
movimentos promovidos pelo Partido Comunista;
b) afastar os Bispos, Sacerdotes e
Religiosos que resistem; se preciso, matá-los;
c) liquidar os líderes católicos;
d) separar a Igreja do país, da
obediência ao Santo Padre.
15. Pode um católico colaborar com
os movimentos comunistas?
• A coisa que os comunistas mais
desejam é que os católicos colaborem com eles. Quem começar a colaborar,
terminará comunista. «Colaborou? Morreu!».
16. Se o comunismo ensinasse que
Deus existe, e tolerasse a Religião, os católicos poderiam ser comunistas?
• No dia em que o comunismo
admitisse que Deus existe, e que ele é Senhor nosso, já não seria propriamente
comunismo.
III. Pontos
básicos da divergência radical entre comunismo e Catolicismo
17. Então a divergência entre a
seita comunista e o Catolicismo se verifica só no campo religioso?
• Não. Além do campo religioso, há
muitos outros campos em que as divergências entre a seita comunista e o
Catolicismo são irredutíveis.
18. Em que outros pontos
fundamentais existe esta divergência radical?
• Esta divergência existe em todos
os pontos. Mas ela é mais fundamental em relação à verdade e a moral, a
família, a propriedade e a desigualdade social.
19. Que ensina o comunismo a
respeito da verdade?
• Ensina a Igreja que Deus criou o
mundo e criou a alma humana, que é inteligente. A alma conhece a verdade das
coisas. Ela afirma que uma coisa é idêntica a si mesma, dizendo: o que é, é; o
que não é, não é.
O comunismo ensina que não há
verdade. Uma coisa pode ser e não ser ao mesmo tempo. Uma coisa é ela e o
contrario dela.
20. Então o comunismo não admite a
verdade?
• Não. Para o comunista não
interessa que uma afirmação corresponda à realidade ou não. Para ele, «verdade»
é o que ajuda a fazer a Revolução. A mesma afirmação pode ser hoje e amanhã,
sucessivamente, «verdade» e «mentira», de acordo com a conveniência do Partido.
Assim, houve tempo em que Stalin era um herói para a seita comunista. Hoje é um
bandido declarado.
Não há verdade objetiva.
21. Que outra grande divergência
existe entre o comunismo e o Catolicismo?
• O Catolicismo ensina que Deus é
absolutamente santo. E por isto, as ações humanas que estão de acordo com Deus
são boas; e as que vão contra a ordem que Ele estabeleceu são más.
O comunismo, que é materialista,
ensina que não existe moral. Quando uma ação é útil ao Partido, é boa; quando
prejudica o Partido, é má.
22. Dê um exemplo de ação boa e de
ação má, para o católico e para o comunista.
• Para o católico as boas relações
dos filhos com os pais constituem um bem.
Para o comunista, essas boas
relações podem ser um bem, e podem ser um mal. Se os pais se opõem à Revolução,
o filho deve odiá-los, denunciá-los, e, se for preciso, depor nos processos contra
eles e até matá-los. Se os pais trabalham para a Revolução, o filho deve
mostrar-lhes amor e colaborar com eles.
23. Poderia dar outro exemplo,
segundo a doutrina comunista?
• Outro exemplo seria o seguinte.
Se o Brasil entrar em guerra contra a Rússia, o comunismo ensina que os
brasileiros deverão trair sua Pátria, trabalhar para que os nossos soldados
sejam derrotados e o Brasil dominado pelos soviéticos.
Mas, se por desgraça o Brasil
passar a aliado da Rússia, os brasileiros deverão mudar de orientação e lutar
pela vitória do Brasil.
Em resumo: é bom o que ajuda a
Revolução, é mau o que a combate ou prejudica.
24. O comunismo ensina a respeitar
as famílias?
• Como o homem é um animal, a
família vale tanto como um casal de bichos. Por isto o comunismo ensina a
dissolver as famílias, a violentar as mulheres dos povos que não são
comunistas, e a respeitar as «famílias» dos que o são.
25. Que aconteceria às nossas
famílias católicas se o comunismo dominasse o Brasil?
• Os pais que resistissem à
profanação do seu lar poderiam ser mortos; as filhas e esposas ficariam
expostas a violação; as famílias perderiam suas propriedades e seriam
arruinadas e destruídas.
26. O comunismo acha que o Direito
é sagrado?
• Como não admite a existência de
Deus nem da alma, o comunismo não reconhece a dignidade do homem e nega que o
Direito exista. Somente reconhece a força.
27. Pode dar um exemplo?
• Se eu der um osso a um cão, este
não adquire um direito ao osso. Posso lhe tirar o osso sem ferir nenhum direito.
A razão é a seguinte: não tendo alma, o cão não é uma pessoa. Não sendo pessoa,
não tem direito. Uma vez que para o comunismo o homem não é pessoa, e sim
animal, ele não tem direito.
O Estado lhe dá o que quiser, e
quando quiser lhe tira. O homem é menos que um escravo: é uma rês.
28. Qual é a definição do homem?
• Para o católico: o homem é uni
animal racional, dotado de personalidade e de direitos.
Para o comunista: o homem é um
animal trabalhador.
IV. A
essência do homem é ser trabalhador
29. Qual é o papel do trabalho na
vida?
• Para o católico, o trabalho é
meio de conseguir certos recursos que possibilitam ao homem gozar dos bens que
Deus criou para ele. O trabalho existe para o homem.
Segundo o comunismo, o homem existe
para o trabalho. O trabalho é o fim da vida.
30. Se o homem é um animal
trabalhador, deve ele trabalhar sempre?
• Para a seita comunista quem não
trabalha não é homem. Quanto mais o homem trabalha, mais homem é. Assim, ele
pode mudar a sua própria natureza, vivendo somente para o trabalho.
31. Então o homem não tem uma
natureza estável, que Deus lhe deu?
• Segundo a doutrina católica, tem.
Deus constituiu a natureza humana imutável. Para o comunista, uma lei universal
levou a matéria até a forma humana. Esta forma está em evolução. o homem que dá
a si mesmo a sua natureza, mediante o trabalho. O homem é o criador de si
próprio.
32. Quem deve, então, ser adorado?
• Para o católico, Deus deve ser
adorado, porque é o Criador do Céu e da terra.
O comunista recusa adoração a Deus.
Em vez de adorar ao Criador, ele adora o Estado comunista e totalitário.
V. A
Revolução e a Cristandade
33. Qual é para o comunismo o
critério supremo da verdade, da moral e do direito?
• O critério supremo da verdade, da
moral e do direito é para o comunismo a ação revolucionaria.
Assim como para o católico o fim
supremo do homem é a vida eterna, para o comunista o fim supremo da vida é a
Revolução.
34. Que é a Revolução?
• Revolução, com maiúscula, é a
rejeição de Deus, de Cristo, da Igreja, e de tudo o que deles provém, e a
organização da vida humana somente segundo a razão humana e as paixões humanas.
Seu ideal é a Cidade do homem sem Deus, oposta à Cristandade e à ordem natural,
que é a Cidade de Deus.
35. Que é a Cristandade?
• Cristandade é a sociedade
temporal organizada segundo Deus, isto é, de acordo com o direito natural e a
palavra de Deus, revelada por Jesus Cristo, transmitida, interpretada e
aplicada à vida pela Igreja Católica.
36• Quais são os fundamentos da
Cristandade?
• Os fundamentos da Cristandade são
dois: o direito natural e a Revelação, trazida por Jesus Cristo e transmitida
pela Igreja Católica.
VI.
Virtudes que fundamentam a Cristandade e paixões que movem a Revolução
37. Sobre que virtudes se baseia a
Cristandade?
• A Cristandade se baseia
principalmente sobre as seguintes virtudes: a fé, a castidade e a humildade.
38. Que paixões desordenadas são a
mola da Revolução?
• O orgulho, que rejeita a fé; a
sensualidade, que rejeita a castidade; a soberba, que rejeita a humildade, são
as molas principais da Revolução.
39. Quais são as consequências
destas paixões?
• Do orgulho, que rejeita a fé,
nasce a negação da vida eterna como fim da existência terrena, bem como a
negação de Deus, e de Cristo como Senhor do homem.
Da sensualidade, que rejeita a
castidade, nasce o desejo de gozar esta vida de todas as formas, e em
consequência ela conduz ao desprezo e à dissolução da família.
E da soberba, que rejeita a
humildade, nasce a revolta contra a autoridade divina e humana, e contra todas
as limitações que o homem pode sofrer. De modo especial ela conduz ao
igualitarismo, isto é, ao ideal comunista de uma sociedade sem classes.
40. Que se entende aí por classe
social?
• Classe social é um conjunto de
pessoas — e suas respectivas famílias cujas funções na sociedade são diversas,
porém iguais em dignidade. Exemplo: advogados, médicos, engenheiros,
fazendeiros, oficiais das Forças Armadas, apesar da diversidade de suas
funções, constituem com suas famílias uma mesma classe social.
Todas as classes sociais são
dignas, mas não iguais em dignidade. Por exemplo: o trabalho manual é digno e
foi até exercido pelo Verbo Encarnado; todavia, a dignidade do trabalho
intelectual é intrinsecamente maior: o espírito é mais do que a matéria.
41. A que título a família faz
parte da classe social?
• De acordo com a lei natural e a
doutrina da Igreja, a família participa de algum modo, não só do patrimônio,
como da dignidade, honra e consideração de seu chefe, com o qual forma um só
todo e a cuja classe social pertence. Sendo inerente à família a transmissão
aos filhos, não só do patrimônio dos pais, como também, de certo modo, da honra
e consideração que se prende ao nome paterno, a presença da família na classe
social dá a esta um certo caráter de continuidade hereditária.
42. Então uma pessoa não pode
passar para uma classe a que não pertence a sua família?
• Pode. Não se deve confundir
classe social com casta. No regime pagão das castas existe entre estas uma
barreira intransponível. Cada pessoa pertence necessariamente, por toda a vida,
à casta em que nasceu. Isto, quaisquer que sejam suas ações, boas ou más. Na
civilização cristã, não há castas impermeáveis, mas classes sociais permeáveis.
Ou seja, a pessoa pertence à classe em que nasceu, mas pode elevar-se a outra
se tiver um mérito saliente. Bem como pode decair, em razão de seu mau
procedimento. Assim, o princípio da hereditariedade se harmoniza com o
postulado da justiça.
O comunismo, ao invés, quer uma
sociedade sem classes, em que todos sejam iguais, no que contraria o princípio
natural da hereditariedade e as exigências da justiça.
VII. O
proletário é o único homem ideal, segundo o comunismo
43. Se não há Direito, como pode,
segundo os comunistas, existir a sociedade?
• A sociedade, segundo os
comunistas, existirá sem Direito: existirá pela força, a qual ficará em mãos
daqueles que representam o homem mais perfeito.
44. Quem representa o homem mais
perfeito, de acordo com o comunismo?
• Segundo o comunismo, os
proletários não têm nenhuma raiz que os prenda ao passado ou à sociedade
presente, e portanto são os homens mais livres de limitações; são eles que,
unidos, constituem a maior força revolucionaria. Para a seita comunista o
proletário é, pois, o homem mais perfeito. De fato, em sua mentalidade não
existem os «entraves» e as «degenerescências» que ligam as outras classes à
ordem social vigente. Por isso mesmo, a seita o considera como o instrumento
ideal da Revolução.
45. Que devem fazer os proletários,
de acordo com o comunismo?
• De acordo com o comunismo, os
proletários devem mover guerra às outras classes, e implantar a ditadura do
proletariado, que pela violência extermine a Igreja, o Clero, os nobres, os
ricos, os proprietários, os que se realçam pela inteligência, todos os homens
independentes, e assim destrua tudo o que se opõe à Revolução.
VIII. A
luta de classes
46. Como se chama esta oposição
entre os proletários e os demais cidadãos?
• Esta oposição se chama luta de
classes.
47. Esta luta durará muito?
• Para os comunistas, esta luta não
terminará senão quando no mundo inteiro só houver a classe dos proletários,
isto é, dos trabalhadores que não têm nada de próprio.
IX. A
propriedade, a vida humana e a escravidão do operariado
48. O indivíduo, no regime
comunista, não pode possuir nada?
• No regime comunista o indivíduo
não é dono de nada. Tudo é do Estado.
49. O comunismo não admite por
vezes o direito de propriedade?
• Quando está no poder, o comunismo
às vezes concede o uso de algum imóvel a um ou outro trabalhador. Mas não
reconhece o direito de propriedade, pois pode tomar tudo a todos, quando
quiser. O homem, no regime comunista, não tem sequer direito ao fruto do seu
trabalho.
50• No regime comunista ninguém é, então,
dono de nada?
• No regime comunista ninguém é
dono de nada: nem do dinheiro, nem da fábrica, nem do campo, nem da casa, nem
da profissão, nem de si mesmo. Tudo é do Estado, tudo depende do Estado.
51. Então o regime comunista é de
escravidão?
• O regime comunista estabelece a
mais completa escravidão, pois não reconhece ao homem nenhum direito.
52• O comunismo respeita a vida
humana?
• Não. Uma vez que o homem não
passa de animal, o comunismo trata a vida humana como nós tratamos a dos bois.
Se for preciso, mata-se. Assim, para dominar a Rússia foi preciso assassinar
cerca de 20 milhões de russos, ou fuzilando-os, ou deixando-os morrer de fome.
Nos campos de concentração da União Soviética, ao tempo de Stalin, calcula-se
que havia 16 milhões de homens e mulheres de todas as categorias, padres,
intelectuais, operários, que trabalhavam como escravos e acabaram morrendo de
miséria. Para conquistar o poder, os comunistas chineses assassinaram vários
milhões de pessoas. Para dominar os católicos da Espanha, as milícias
bolchevistas mataram onze Bispos e 16.852 Sacerdotes e Religiosos, bem como
muitos milhares de pais de família.
53. No regime comunista, o operário
pode se queixar, fazer greve, trocar de serviço?
• Não. O Partido marca onde o
operário deve trabalhar. Neste trabalho ele deve produzir o máximo. Não pode
reclamar, e nem é bom pensar em greve, porque quem pensar vai para o degredo na
Sibéria, para um campo de concentração ou para a forca. No regime comunista o
operário não tem direito algum.
54. Os comunistas mantêm sempre os
operários na miséria?
• Até hoje a situação material dos
operários em todos os países comunistas é em geral miserável. Todavia, a Rússia
promete que no ano 2.000 os trabalhadores russos terão a mesma situação que têm
atualmente os seus colegas ocidentais. O comunismo não se interessa pelo
bem-estar dos operários senão enquanto ele é útil para a Revolução. Por isso,
se os operários, obtido o bem-estar, começam a desobedecer, volta de novo a
miséria. O comunismo trata os trabalhadores como reses, ou como escravos. O
senhor de escravos dava-lhes comida porque lhe interessava que eles fossem
fortes e sadios, para poderem trabalhar. Mas, se em dado momento parecer
necessário às autoridades comunistas reduzir gravemente o padrão de vida da
classe trabalhadora, em favor do desenvolvimento das indústrias do Estado ou do
seu poderio militar, fá-lo-ão sem hesitação, pois para elas o operário é
escravo e o escravo não tem direito.
55. Nos países não comunistas, o
comunismo quer melhorar a situação dos operários?
• Não. Nos países não comunistas o
comunismo quer que os operários fiquem tão miseráveis, que cheguem ao
desespero, e assim provoquem greves e desordens, as quais os comunistas
aproveitarão para derrubar o governo legítimo e implantar a sua ditadura.
56. Nos países dominados pelo
comunismo não há diferenças de riqueza e de classe social?
• O comunismo promete abolir as
diferenças de riqueza e de classe. Mas isto é contra a natureza humana.
Destruindo a moral e o direito, a comunismo favorece um grupo de dirigentes e
de membros do Partido, que dispõem de grandes riquezas e vivem com fartura e
luxo em casas suntuosas, enquanto o operário em geral passa privações, é
obrigado a trabalhar onde o Partido manda, tem para morar somente um quarto,
onde se amontoam os pais, os filhos e todos os membros da família, sem cozinha
nem banheiro próprios. A diferença entre os que mandam e os outros é muito
maior que entre os capitalistas e os operários.
X. O papel
de Satanás
57. Quem inventou este regime?
• Quem inventou este regime foi
Satanás, que sabe que o melhor meio de levar os homens à perdição eterna é
fazê-los rebelarem-se contra a ordem constituída por Deus.
58. Como é que Satanás consegue
adeptos para este regime?
• Prometendo aos homens o paraíso
na terra se eles renunciarem a Deus e ao Céu, Satanás consegue enganá-los como
o fez a nossos primeiros pais, e o resultado é o inferno na terra e na
eternidade.
XI. A
violência e a liberdade
59. Como se implanta o regime comunista?
• O regime comunista é implantado,
em geral, pela violência. Os comunistas procuram chegar ao poder de qualquer
modo: por eleições, por pressão de tropas estrangeiras, por golpes armados. Uma
vez no poder, destroem toda oposição e implantam a ditadura, em nome do
proletariado.
60. Então são os operários que
passam a mandar?
• Não. Os operários não mandam.
Eles passam à situação de escravos, trabalham onde o governo os manda
trabalhar, não podem se afastar dali, recebem o salário que o governo quer e,
se reclamam, podem até ser fuzilados.
61. O comunismo admite direito à
greve?
• Nos países que quer dominar, o
comunismo exige que a lei estabeleça o direito de greve, e organiza paredes
para desmantelar a economia nacional. Mas, uma vez dominado o país, não tolera
a greve em nenhuma hipótese, e sujeita o operário à mais tirânica escravidão.
62. É somente pela violência que o
comunismo é implantado?
• Em geral o comunismo é implantado
pela violência; mas ele é preparado por muitas atitudes dos cristãos.
XII. O
materialismo do Ocidente prepara o caminho do comunismo
63. Que atitudes dos cristãos
preparam a vitória do comunismo?
• Como o comunismo nasce do
materialismo, da sensualidade e do orgulho, o materialismo prático dos cristãos
que vivem como se não houvesse a eternidade cria o caldo de cultura em que o
bacilo comunista prolifera.
64. Dê alguns exemplos destes
materialistas práticos.
• Posso dar os seguintes exemplos:
quem só se preocupa com ganhar dinheiro; quem procura gozar dos prazeres da
vida, embora lícitos, sem se interessar pela prática da oração e da penitencia;
quem se entrega ao jogo; quem frequenta lugares suspeitos; quem se veste com
sensualidade, sem modéstia; quem dança as danças modernas; quem lê revistas
obscenas ou sensuais; os frequentadores do cinema e da televisão imorais; quem
se desinteressa pela graça santificante, pecando como se não houvesse pecado.
XIII. A
Igreja e os operários
65. Que tem feito a Igreja pelos
pobres e operários?
• A Igreja, ao longo da História,
aboliu a escravatura, defendeu os fracos e pobres, ensinou os ricos e poderosos
a amparar os humildes, difundiu a justiça e a caridade. Organizou os
trabalhadores em grandes sociedades chamadas corporações, que cuidavam de sua
formação técnica, de sua prosperidade material, do bem espiritual deles e de
sua família, lhes davam assistência na doença e cuidavam dos seus filhos em
caso de morte. Estas associações sofreram um golpe de morte com a Revolução
Francesa, mas duraram em muitos países até as agitações do ano de 1848; na
Alemanha elas ainda existem.
66. Depois de 1848 a Igreja não fez
mais nada pelos operários?
• O individualismo introduzido pela
Revolução Francesa destruiu as corporações católicas, e deixou os operários
entregues à própria sorte. Então a Igreja empreendeu um grande trabalho em
favor deles, simultaneamente em três pontos.
67. Qual foi a primeira frente que
a Igreja atacou?
• A Igreja Católica procurou, de
início, principalmente minorar a miséria das pessoas. Para este fim multiplicou
as Santas Casas, os orfanatos, asilos para velhos, Oratórios festivos, creches,
e obras de assistência social. Assim é que, para dar um exemplo, no Estado de
São Paulo, atualmente, de cada cem instituições de caridade ou de assistência,
oitenta são mantidas pela Igreja Católica. Os comunistas não mantêm nenhuma. As
vinte restantes pertencem a outras igrejas, a organizações leigas ou ao Poder
público. Nos outros Estados do Brasil, a proporção de obras mantidas pela
Igreja é ainda maior. E note-se que as instituições de caridade e assistência
mantidas e dirigidas pela Igreja funcionam admiravelmente. Basta ver um
hospital dirigido por Religiosas.
68. Qual foi a segunda frente que a
Igreja atacou?
• Enquanto fundava e organizava
instituições de caridade e de assistência, a Igreja lutava para corrigir os
defeitos da sociedade que geravam tanta miséria. Desde o Papa Pio IX, e
principalmente no pontificado de Leão XIII, Ela insistiu com os ricos, os
patrões, o Estado e os trabalhadores para que se lembrassem da ordem social que
Deus quer e Jesus Cristo fundou, e se aplicassem a melhorar as condições de
vida do operário. Os Papas ensinaram que o trabalho não é mercadoria, e que o
homem que trabalha tem direito a um salário nas seguintes condições: a) que lhe
permita viver com dignidade; b) que dê para criar e educar os filhos; c) que
possibilite ao trabalhador diligente e econômico formar um pecúlio que melhore
a sua situação e lhe garanta o futuro.
69. Os ensinamentos dos Papas
tiveram resultado?
• Os ensinamentos dos Papas já
modificaram completamente, em muitos países, a mentalidade dos patrões e dos
operários, e melhoraram felizmente as condições destes últimos. Mas a Igreja
continua a insistir, e o atual Pontífice, Sua Santidade o Papa João XXIII, publicou
há pouco a Encíclica «Mater et Magistra», em que ensina mais uma vez como os
patrões devem tratar os trabalhadores, para que haja justiça, caridade e paz.
70. Qual foi a terceira frente em
que a Igreja empreendeu o grande trabalho em favor dos operários?
• A Igreja, enquanto atendia as
misérias mais gritantes e imediatas, e ensinava aos patrões e operários como
deviam ser as suas relações de acordo com a justiça e a caridade, promovia a
organização destes e daqueles em associações, que se chamam corporações,
círculos operários, etc. Estas organizações formam nos vários países grandes
confederações, como na França a Confederação dos Trabalhadores Cristãos, na
Itália a Associação Católica dos Trabalhadores Italianos, no Brasil a
Confederação dos Círculos Operários, etc.
71. Em que mais os Papas
insistiram?
• Os Papas insistiram em que os
operários se unam, para juntos defenderem os seus direitos, respeitando, porém,
os direitos dos patrões. Os Papas aconselham a estes que, na medida do
possível, melhorem o salário e as condições de vida dos trabalhadores,
dando-lhes mais do que o estritamente justo.
72. Quais os Papas que mais se
salientaram na ação em favor dos direitos do operário, e da justiça e harmonia
entre as classes sociais?
• Todos os Papas se têm desvelado
pela melhora da dura situação que começou para os operários com a Revolução
Francesa. De um modo especial devem-se mencionar os seguintes Pontífices: Leão
XIII, autor da Encíclica «Rerum Novarum»; Pio XI, autor da Encíclica
«Quadragesimo Anno»; João XXIII, autor da Encíclica «Mater et Magistra».
73. Que Papas se salientaram na
luta contra o comunismo?
• Todos os Papas, de Pio IX a João
XXIII, têm condenado o comunismo. A Encíclica «Divini Redentoris» de Pio XI
trata especialmente do assunto, com grande clareza e vigor. Durante o
pontificado de Pio XII, a Suprema Sagrada Congregação do Santo Oficio fulminou
com a pena de excomunhão quem pertence ao Partido Comunista ou colabora com
ele.
74. Quais as consequências práticas
desta excomunhão?
• Os membros do Partido Comunista e
os que com ele colaboram não podem receber os Sacramentos nem ser padrinhos de
batismo, confirmação e casamento, ficam privados de enterro religioso e
sepultura eclesiástica, e não se pode celebrar em público missa em sufrágio de
suas almas.
75. Os comunistas têm direito de
divulgar suas doutrinas, de viva voz, ou pela imprensa, rádio, televisão e
outros meios de propaganda?
• Não. Segundo a doutrina católica
o erro não tem direito de ser difundido. Cumpre ao Poder Público proibir-lhe a
propaganda.
XIV. O
socialismo
76. Haverá outro meio de preparar
os homens para o comunismo?
• Outro meio de preparar os homens
para o comunismo é o socialismo.
77. Que vem a ser o socialismo?
• O socialismo é o sistema que professa
que todos os meios de produção, de transporte, o ensino, a assistência, toda a
propriedade, devem pertencer ao Estado.
78. Para o socialismo, qual é o
papel do indivíduo?
• Para o socialismo o indivíduo é
meio e não fim da sociedade. Por isto o Estado deve se ocupar de tudo, e cuidar
do indivíduo em todos os setores, deixando a este somente aquilo que o Estado
mesmo não pode fazer.
79. Neste caso, o socialismo é o
mesmo que o comunismo?
• Não. O fim de um e outro é o
mesmo: o estabelecimento de uma sociedade sem classes, a abolição da
propriedade privada e da iniciativa privada, e a entrega ao Estado de todos os
meios de produção. A diferença está em que o socialismo procura alcançar estes
objetivos com meios brandos, usando da propaganda doutrinaria e das eleições,
enquanto que o comunismo prefere recorrer à violência. Os meios são diferentes,
mas o fim é o mesmo. O socialismo é como uma rampa pela qual o mundo desliza
suavemente da ordem natural e divina para o comunismo.
80. Há formas moderadas de
socialismo?
• Há formas moderadas de
socialismo. Tais formas existem sempre que se exagera, em medida maior ou
menor, a ação do Estado, em detrimento da iniciativa individual ou da
propriedade privada.
81. Pode o católico ser socialista?
• O católico não pode ser
socialista, porque o socialismo contradiz a doutrina da Igreja, que estabelece
o seguinte princípio: o Estado existe para realizar as tarefas de bem comum de
que nem os indivíduos, nem as famílias, nem as sociedades intermediarias são capazes
por si mesmos. Este princípio defendido pela Santa Igreja, e de modo especial
pelo Santo Padre João XXIII na Encíclica «Mater et Magistra», chama-se o
«princípio da subsidiariedade».
82. Que dizem os Papas sobre o
socialismo moderado?
• Os Papas dizem que, consistindo o
socialismo, ainda que moderado, no exagero da ação estatal, é sempre condenado,
porque incompatível com a justiça e a ordem natural estabelecida por Deus.
Por isto disse Pio XI que o
socialismo — mesmo quando moderado — «não pode conciliar-se com a doutrina
católica» (Encíclica «Quadragésimo Anno»).
83. Que dizer então do chamado
«socialismo cristão» ou «católico»?
• O chamado «socialismo cristão» ou
«socialismo católico» é uma aberração tão grande como se alguém falasse de um
protestantismo católico ou de um círculo quadrado.
XV. A
conquista do povo —
As elites e
a massa
84. Qual a técnica que o comunismo
usa para conquistar as elites?
• A técnica usada pelo comunismo
para conquistar as elites consiste em promover o convívio e a colaboração delas
com núcleos da seita. Os comunistas aos poucos as vão levando a pensar à
maneira materialista. Levam-nas primeiro a agir como materialistas, para
terminarem pensando como materialistas.
Os comunistas usam também um
processo de mudança da maneira de pensar, em geral sem discutir, que denominam
de «lavagem do cérebro».
85. Que meios usa o comunismo para
conquistar as massas?
• Os grandes meios utilizados pelos
comunistas para conquistar as massas são a revolta e as promessas. Pela revolta,
o comunismo açula a classe operaria contra os ricos. Pelas promessas desperta
nos corações a inveja e a cobiça. Para conquistar as inteligências do povo usa
da propaganda, menos para convencer do que para saturar os cérebros com as
idéias que convêm ao Partido, e tirar as que lhe são contrarias. Ao Partido não
interessa se a propaganda diz verdades ou mentiras: o que interessa é martelar
até que a idéia pegue.
XVI. Os
pontos mais visados;
a reforma
agrária
86. Quais são os pontos mais
visados pela seita comunista em sua campanha para dominar um país?
• Os pontos mais visados pela
campanha comunista no primeiro período, que é o da destruição da sociedade
católica, são os seguintes: direito de propriedade, forças armadas, pátria,
família, e sobretudo a Religião. Para quebrar todas as resistências, procura-se
encher o povo de ódio contra tudo isto.
87. Que reformas o comunismo
apregoa, para dominar um país?
• Para dominar um país o comunismo
apregoa a necessidade de várias reformas. A primeira é a reforma agrária,
depois vem a reforma urbana, a comercial e a industrial, todas elas de caráter
mais ou menos acentuadamente expropriatório e socialista.
88. Em que consiste a reforma
agrária que os comunistas querem?
• Os comunistas, tomando por
pretexto a situação não raras vezes lamentável do trabalhador rural, e a
conveniência de favorecer-lhe o acesso à condição de proprietário, promovem o
confisco das propriedades rurais grandes e medias. Desde que haja só
propriedades pequenas, caem todas sob o controle absoluto do Estado.
89. De que maneira uma tal reforma
agrária prepara a Revolução desejada pelo comunismo?
• De tal reforma agrária o
comunismo tira diversas vantagens:
a) ela destrói as elites rurais,
coluna indispensável da ordem social;
b) cria uma grande desordem no
campo, com lutas, violências, homicídios;
c) daí nasce uma grande penúria e
grande fome no campo e na cidade;
d) assim se enfraquece a nação se
leva o povo ao desespero. Com isto as resistências anticomunistas ficam
prejudicadas, e o Partido pode dar o golpe da Revolução.
90. A Igreja concorda com uma
reforma agrária que viole o direito de propriedade?
• A Igreja condena toda reforma
agrária que não respeite como sagrado o direito da propriedade, seja do grande
fazendeiro, como do pequeno sitiante. Em ambos os casos este direito é sagrado.
91. Que reforma agrária a Igreja
abençoa?
• A Igreja abençoa uma reforma
agrária que atenda aos seguintes pontos fundamentais:
a) respeito pela legítima
propriedade, qualquer que seja o seu tamanho;
b) fornecimento por parte do
Estado, de assistência técnica, social e financeira ao lavrador;
c) colonização da imensa reserva de
terras inaproveitadas da União, Estados e Municípios;
d) concessão de credito aos grandes
proprietários que queiram dividir e colonizar suas terras;
e) concessão de crédito a juros
baixos e prazo longo, para os agricultores que queiram adquirir terras, montar
suas fazendas ou sítios;
f) assistência religiosa e
educacional aos homens do campo;
g) facilitar a formação de
cooperativas agrícolas, livres, de iniciativa particular;
h) facilitar o armazenamento e
transporte dos produtos da agricultura.
92. A Igreja proíbe a expropriação
de uma gleba para fins sociais?
• A Igreja admite a expropriação de
uma gleba para fins sociais, mas com grandes cautelas:
a) é preciso que se trate de
alcançar um bem comum proporcionadamente grande, ou de afastar um mal
proporcionadamente grande;
b) é preciso que não haja outra
solução que não seja dispor da gleba;
c) é necessário que se tenha antes
tentado, sem êxito, a aquisição amigável do imóvel;
d) é necessário que o dono receba,
no ato da desapropriação, e em dinheiro, o preço justo, correspondente ao valor
real e atual do imóvel, seja esse valor grande ou pequeno.
93. Há casos especiais de
desapropriação?
• Sim. Por exemplo, se a finalidade
da obra a ser executada em determinada gleba o exigir, o Estado poderá
desapropriar, além desta, as glebas vizinhas, a fim de que a obra aproveite ao
maior número de pessoas.
XVII. O
ideal do comunismo: a sociedade sem classes; o igualitarismo
94. Qual o ideal remoto da
sociedade comunista?
• A sociedade comunista ideal, diz
a seita, será, depois dos horrores da ditadura do proletariado, uma sociedade
sem classes nem proprietários, onde todos serão iguais, todos trabalharão, cada
qual segundo as suas forças, e cada um receberá da sociedade tudo o de que
precisar. Será este o paraíso na terra.
95. Este ideal corresponde à
vontade de Deus?
• Este ideal é oposto à vontade e
aos planos de Deus em pontos essenciais:
a) Deus não quer que este mundo
seja um paraíso, e sim um lugar em que ao lado de puras alegrias nós
encontremos grandes sofrimentos, e assim, carregando a nossa cruz, nos
santifiquemos. Nosso paraíso nos espera na outra vida.
b) Deus quer que cada indivíduo
procure o seu bem-estar por seu esforço pessoal, amparado pelo Estado, mas não
substituído por ele.
c) Deus quer que entre os homens
haja desigualdades, as famílias formem classes distintas, umas mais altas que
as outras, sem hostilidade recíproca, com caridade, e sem exagerada diferença:
não deve haver alguns miseráveis, e outros excessivamente ricos.
96. Deus quer então que haja pobres
e ricos, nobres e plebeus?
• Está de acordo com os planos de
Deis que existam pobres e ricos, gente humilde e gente importante, mas baseada
toda esta hierarquia na justiça e na caridade.
97. Qual a última causa da
desigualdade entre os homens?
• A última causa da desigualdade
entre os homens é a sua liberdade.
Dada a natural desigualdade de
talentos e virtudes entre os homens, estes só podem ser mantidos num mesmo
nível econômico e social mediante uma ditadura de ferro, que suprima toda
liberdade e toda iniciativa.
98. Como se chama a tendência que
leva o homem a odiar as diferenças sociais, a querer uma sociedade sem classes?
• A tendência que leva a querer que
todos sejam iguais e a odiar as diferenças de classe chama-se: igualitarismo.
99. Quais são os vícios que
alimentam o igualitarismo?
• Os vícios que alimentam o
igualitarismo são:
a) a inveja, que não tolera que o
próximo seja melhor, ou mais sábio, ou mais rico;
b) o orgulho, que não tolera
ninguém acima de nós;
c) a soberba, que não se conforma
com os planos de Deus.
100. Que manda a justiça social?
• A justiça social manda que o
Estado providencie que cada família possa conseguir por seu trabalho o
necessário para seu sustento, educação de seus filhos e formação de uma reserva
para o futuro, de modo que haja o menor número possível de miseráveis, e os
ricos não sejam demasiadamente ricos. Assim a sociedade será como uma pirâmide:
com pessoas que vivem só de seu trabalho, pequenos proprietários, pessoas
remediadas, ricos, e alguns muitos ricos.
101. A justiça social manda que
todos sejam iguais em fortuna e posição social?
• Não. Que todos os indivíduos e
famílias fossem iguais seria uma injustiça social, porque importaria na
destruição da liberdade, da iniciativa privada e do direito dos filhos a herdar
dos pais.
A boa sociedade católica e humana é
desigual, hierarquizada.
Este artigo foi transcrito pelo
Cruzado Conservador. Ave Maria! Deus Vult!
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