A linguagem revolucionária do Papa Francisco
Por Roberto de Mattei
Ao longo da história da Igreja, houve muitos papas
reformistas, mas aparentemente Bergoglio pertence a outra categoria, sem
precedentes até agora entre os pontífices romanos: o dos revolucionários. Os
reformadores pretendiam restaurar a pureza e a integridade originais da
doutrina e dos costumes. Deste ponto de vista, eles também podem ser definidos
como tradicionalistas.
Encontramos exemplos disso em Pio IX e Pio X. Os
revolucionários, por outro lado, são aqueles que querem fazer uma fratura entre
o passado e o presente, situando em um futuro utópico e ideal para o qual
aspiram. A ruptura do Francisco com o passado é de ordem linguística e não
doutrinal, mas na época em que os meios de difusão prevalecem, o idioma possui
uma capacidade de transformação superior a todas as ideias que necessariamente
transmite. Não é por acaso que na conferência de imprensa em que o cardeal
Schönborn deu a conhecer a exortação pontifícia de Amoris laetitia, ele o
definiu como "um evento linguístico".
A escolha de um estilo particular de linguagem, expressa
através de palavras, gestos e até mesmo omissões, implica uma maneira de pensar
e transmite implicitamente uma nova doutrina. Agora, a pretensão de fazer uma
revolução linguística, negando que seja também uma revolução doutrinária, leva
necessariamente à confusão. E a confusão, a desorientação, certa esquizofrenia,
parecem ser a marca do pontificado atual.
Entre os exemplos mais recentes de confusão, temos o
relacionado ao conceito de pobreza. A pobreza evangélica é confundida com a
ideologia social-comunista.
O primeiro é um estado de perfeição que nasce de uma decisão
voluntária e pessoal; O segundo é uma condição social impostas obrigatoriamente
por cima. Por outro lado, se, em um nível pessoal, os eclesiásticos e os
católicos, em geral, deveriam viver em um espírito de pobreza, no sentido de
não aderir a bens pessoais, a Igreja como instituição não deveria ser pobre.
Pelo contrário, deve ter todo o material necessário para cumprir sua missão.
Privar a Igreja desses meios significa mortificá-la e enfraquecer sua ação no
mundo. Nesse sentido, o chamado à pobreza do Papa Bergoglio corre o risco de
despojar a Igreja da sua capacidade de transformar o mundo para mergulhar no
processo de secularização que está dissolvendo o que era o Ocidente cristão.
Este artigo foi traduzido pelo Cruzado Conservador. Ave Maria! Deus
Vult!
Fonte: Adelante la Fe
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